Caio César Alves Lins de Oliveira
Universidade Católica de Pernambuco
Universidade Católica de Pernambuco
A princípio é importante relatar que a febre Chikungunya é uma arbovirose ocasionada por um vírus da família Togaravidae (CHIKV). Sua transmissão ocorre por mosquitos do gênero Aedes, podendo ser das espécies Aedes aegypti e Aedes albopictus. O vírus da Chikungunya teve sua origem na região central e oriental da África, chegando ao Brasil em 2014.
Diante disso, é importante relatar que o processo de infecção pelo vírus da Chikungunya é segmentado nas fases aguda, subaguda e crônica. No entanto, a partir da fase subaguda há o aparecimento de alguns acometimentos que, até então, não eram comuns dentro dessa enfermidade, como é o caso da Síndrome de Raynaud e das vasculites periféricas. Segundo o ministério da saúde no seu último manejo clínico feito sobre tal doença, esses sintomas estão se tornando cada vez mais comuns na população acometida e com isso gera-se uma grande dúvida que está rondando dentro da sociedade científica, qual é a relação da Chikungunya com esses acometimentos vasculares?
Para tentar responder essa pergunta e para formar uma hipótese a respeito desse assunto se fez necessário uma busca minuciosa de artigos que relatavam sobre esse tema. Mesmo existindo uma fonte muito escassa desses materiais, foi possível achar algumas respostas que proporcionam uma linha de raciocínio plausível e coerente perante o tema. Antes de mais nada é importante entender a fisiopatologia desses novos achados vasculares dentro dessa enfermidade. Em primeiro lugar, existem as vasculites que nada mais são do que a presença de inflamação nas paredes dos vasos sanguíneos que acabam por ser invadidas por células do sistema imune que geram a estenose e a hemorragias nesses vasos. Outro acometimento é a Síndrome de Raynaud que se dá pela mudança de coloração da região afetada (principalmente em extremidades) de modo trifásico, em um primeiro momento há o vaso espasmo arterial que diminui o fluxo sanguíneo causando palidez, isquemia e parestesia na região, no segundo momento há a vasodilatação das vênulas e dos capilares e o sangue rico em carboxiemoglobina que estava acumulado flui para a região antes obstruída e gera a cianose, no terceiro momento há a volta do fluxo sanguíneo normal na região acometida e com isso há a volta da ruborização na região.
Tendo noção de como ocorre esses acometimentos, vamos agora para a hipótese encontrada, que se baseia em um experimento feito em pacientes portadores de Chikungunya que foram submetidos a exames sorológicos com o intuito de quantificar as crioglobulinas séricas decorrentes do processo inflamatório gerado pela doença. Mas qual é o motivo da quantificação sorológica dessas proteínas nesses indivíduos? Pelo simples fato de que as crioglobulinas, quando em excesso, depositam-se nos vasos sanguíneos e podem gerar obstruções abruptas que acabam por ocasionar problemas como vasculites e a Síndrome de Raynaud. Além disso, nesse estudo foi percebido que os pacientes que possuíam um maior teor de crioglobulinas séricas eram aqueles que apresentavam os problemas vasculares (Vasculites e Síndrome de Raynaud) e diante disso, cria-se a hipótese de que uma das causas mais plausíveis para os problemas vasculares existentes na Chikungunya é, justamente, a obstrução vascular ocasionada por crioglobulinas precipitadas nos vasos.
É claro que os fatos relatados acima são apenas correlações feitas a partir dos achados encontrados em artigos do cunho científico, logo, entende-se que esse tema está em amplo estudo e cheio de mistérios. Entretanto, torna-se de grande importância a existência de pesquisas e de interesse por parte da comunidade científica, pois assim um tema tão pouco estudado como esse irá se tornar o foco das atenções, com isso, descobertas benéficas serão feitas e tais problemas poderão ser entendidos e sanados.
Caio César Alves Lins de Oliveira é acadêmico de Medicina da Universidade Católica de Pernambuco. Está cursando atualmente o terceiro período, é sócio da Sociedade Acadêmica Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SABACV) e tem interesse em conteúdos de diversas áreas, como cardiologia, angiologia e endocrinologia. Gosta de ler, de praticar esportes e de História.
Diante disso, é importante relatar que o processo de infecção pelo vírus da Chikungunya é segmentado nas fases aguda, subaguda e crônica. No entanto, a partir da fase subaguda há o aparecimento de alguns acometimentos que, até então, não eram comuns dentro dessa enfermidade, como é o caso da Síndrome de Raynaud e das vasculites periféricas. Segundo o ministério da saúde no seu último manejo clínico feito sobre tal doença, esses sintomas estão se tornando cada vez mais comuns na população acometida e com isso gera-se uma grande dúvida que está rondando dentro da sociedade científica, qual é a relação da Chikungunya com esses acometimentos vasculares?
Para tentar responder essa pergunta e para formar uma hipótese a respeito desse assunto se fez necessário uma busca minuciosa de artigos que relatavam sobre esse tema. Mesmo existindo uma fonte muito escassa desses materiais, foi possível achar algumas respostas que proporcionam uma linha de raciocínio plausível e coerente perante o tema. Antes de mais nada é importante entender a fisiopatologia desses novos achados vasculares dentro dessa enfermidade. Em primeiro lugar, existem as vasculites que nada mais são do que a presença de inflamação nas paredes dos vasos sanguíneos que acabam por ser invadidas por células do sistema imune que geram a estenose e a hemorragias nesses vasos. Outro acometimento é a Síndrome de Raynaud que se dá pela mudança de coloração da região afetada (principalmente em extremidades) de modo trifásico, em um primeiro momento há o vaso espasmo arterial que diminui o fluxo sanguíneo causando palidez, isquemia e parestesia na região, no segundo momento há a vasodilatação das vênulas e dos capilares e o sangue rico em carboxiemoglobina que estava acumulado flui para a região antes obstruída e gera a cianose, no terceiro momento há a volta do fluxo sanguíneo normal na região acometida e com isso há a volta da ruborização na região.
Tendo noção de como ocorre esses acometimentos, vamos agora para a hipótese encontrada, que se baseia em um experimento feito em pacientes portadores de Chikungunya que foram submetidos a exames sorológicos com o intuito de quantificar as crioglobulinas séricas decorrentes do processo inflamatório gerado pela doença. Mas qual é o motivo da quantificação sorológica dessas proteínas nesses indivíduos? Pelo simples fato de que as crioglobulinas, quando em excesso, depositam-se nos vasos sanguíneos e podem gerar obstruções abruptas que acabam por ocasionar problemas como vasculites e a Síndrome de Raynaud. Além disso, nesse estudo foi percebido que os pacientes que possuíam um maior teor de crioglobulinas séricas eram aqueles que apresentavam os problemas vasculares (Vasculites e Síndrome de Raynaud) e diante disso, cria-se a hipótese de que uma das causas mais plausíveis para os problemas vasculares existentes na Chikungunya é, justamente, a obstrução vascular ocasionada por crioglobulinas precipitadas nos vasos.
É claro que os fatos relatados acima são apenas correlações feitas a partir dos achados encontrados em artigos do cunho científico, logo, entende-se que esse tema está em amplo estudo e cheio de mistérios. Entretanto, torna-se de grande importância a existência de pesquisas e de interesse por parte da comunidade científica, pois assim um tema tão pouco estudado como esse irá se tornar o foco das atenções, com isso, descobertas benéficas serão feitas e tais problemas poderão ser entendidos e sanados.
Caio César Alves Lins de Oliveira é acadêmico de Medicina da Universidade Católica de Pernambuco. Está cursando atualmente o terceiro período, é sócio da Sociedade Acadêmica Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SABACV) e tem interesse em conteúdos de diversas áreas, como cardiologia, angiologia e endocrinologia. Gosta de ler, de praticar esportes e de História.
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